domingo, 29 de maio de 2011

A Ciência como Investigação

Em lugar de ser vista como um corpo de conhecimentos estabelecidos, a Ciência passou a ser tratada como uma atividade humana, acentuando-se de forma progressiva o caráter experimental dos processos e procedimentos científicos, que são amplos e variados, resultados do contexto da investigação, visto que não há um “método cientifico” intocável em todo lugar (VALLE, 2004).

A interação entre a observação e a formulação de hipóteses é conseqüência de fatores subjetivos e da criatividade do observador. Suas descobertas e idéias não estão separadas do contexto social, histórico, político e econômico que vivência.

De acordo com VALLE (2004), como qualquer investigador o aluno utiliza suas experiências de vida a fim de fazer suas descobertas, formular suas idéias e perceber o mundo. Logo a ação do professor deve se voltar para identificar idéias prévias. Propor questionamentos introduzir novas idéias capazes de estabelecer e, se possível, resolver conflitos. E, proporcionar aos alunos oportunidades para aplicar novas idéias em diferentes situações, tornando o processo de aprendizagem significativo para o aluno.

O objetivo do ensino de Ciências Naturais não pode se limitar à promoção de mudanças conceituais ou ao aprendizado do conhecimento científico. É necessário também buscar mudança metodológica e de atitude nos alunos (NIGRO e CAMPOS, 1999). Ressignificar o ensino para construir um processo de aprendizagem no qual, professores e alunos possam interagir de forma crítica e reflexiva ao ensinar e aprender.

O foco do ensino de ciências está na perspectiva metodológica com temáticas mais voltadas às novas metodologias centradas no construtivismo (DUIT, 1987; POSNER et al. 19882). Mas há diversas alternativas metodológicas que visam: relacionar os conteúdos ensinados com o cotidiano; analisar modelos e analogias2; investigar concepções epistemológicas de professores; desenvolver propostas para a formação docente mais adequada; valorizar a experimentação; produzir materiais didáticos alternativos à esfera comercial; defender o ensino com base na história da ciência; analisar as questões de linguagem no ensino de ciências; questionar perspectivas epistemológicas empírico-positivistas3.

“Os estudos em currículos de ciências, não apenas no Brasil como também na literatura internacional, ainda têm-se voltado preferencialmente para proposições curriculares que privilegiam novas abordagens metodológicas” (LOPES & MACEDO, 2004, p. 9) o que pode desconsiderar a educação como campo de produção cultural, política e social.

O desafio é entender que a mediação pedagógica do conhecimento implica considerar que as finalidades sociais da escolarização não são determinadas pela lógica do conhecimento científico de referência e promover no espaço escolar estudo que siga uma abordagem mais sociológica do currículo de ciências.